Falta de Jeito

sábado, abril 29, 2006

Massimo Taibi


Esta é a história de um jogador que, como tantos outros, era respeitado no seu país e fortemente gozado no estrangeiro. Na tentativa de fazer esquecer o eterno Peter Schmeichel, o italiano Massimo Taibi foi contratado para os Red Devils, porém nem tudo correu bem. Taibi, que era respeitadíssimo em Itália, ainda hoje é gozado em Terras de Sua Majestade. Tão gozado que até contam piadas de alentejanos com Taibi.

Massimo Taibi começou a fazer as suas primeiras defesas em pequenos clubes italianos como o Licata ou o Trento. Um jovem cheio de potencial, com bons reflexos e excelente capacidade de reacção, que não precisou de esperar muito até ser perseguido pelos gigantes de Itália. Deu-se o nada surpreendente "salto" para o AC Milan, onde um lote fortíssimo de guarda-redes obrigou-o a ser cedido ao Piacenza, vivendo aí os seus dias de glória. Acabou por ser re-contratado pelo clube milanês, e, seguidamente, foi vendido ao Veneza.


A sua estreia em Inglaterra deu-se em 1999, frente ao Liverpool. Os adeptos da equipa de Alex Ferguson observavam de forma apreensiva este italiano com penteado à monge. Porém, mais apreensivos ficaram quando a bola se aproximou da baliza pela primeira vez. Massimo era o máximo! Trapalhão, nervoso, cheio de saídas em falso (ver imagem). O tão esperado frango acabou mesmo por acontecer.

Por mais 3 vezes, Taibi defendeu as balizas do Manchester United... perdão, não defendeu. Pernas tremiam cada vez que a bola se aproximava. Unhas eram roídas. Espectativa... e golo! Obrigado, amigo Taibi! Afinal se não fosses tu, os Red Devils eram imbatíveis. Por debaixo das pernas, das axilas, por saídas em falso, nada disso interessava. A beleza do frango era sempre imensa.

O último jogo de Taibi (o quarto pelo clube inglês), foi numa mítica tarde frente ao Chelsea (e desenganem-se, porque aquele não era o Chelsea que conhcemos hoje). Massimo foi (mal) batido por 5 vezes nesse dia, o que lhe valeu o bilhete de volta a Itália. Actualmente, Massimo Taibi joga pelo Torino. Terá recuperado a confiança? Vendo o vídeo abaixo, considero isso muito difícil...



Por todos os momentos como este acima a que nos sujeitaste, obrigado Massimo. És mesmo o máximo!

Novo Colaborador

O Falta de Jeito tem um novo colaborador. Abram alas para o nosso amigo Fulano Tal.

Vamos a eles Fulano. Mas como pouco jeito.

sábado, abril 22, 2006

José Pablo Burtovoy


Muitos são os jogadores que, hoje em dia, começam por prometer muito enquanto quase miúdos de berço, mas que acabam por nunca passar da cepa-torta. Akwá, o novo Eusébio, é um excelente exemplo disso. E, tal como o grandioso cepo africano, José Pablo Burtovoy acabou por ganhar a vida a distribuir águas no banco de suplentes.

Em vésperas do Mundial de Juvenis de 1992, o seleccionador argentino demonstrava-se demasiado preocupado até à convocatória de José Pablo Burtovoy. Segundo ele, faltava um verdadeiro líder à equipa para que o sucesso de 1979 fosse repetido. Burtovoy, jovem guarda-redes possivelmente encontrado em alguma favela de Santa Fé, foi de imediato apontado como a peça que faltava para a glória, a nova promessa, o Freddy Mercury no meio dos outros Queen. Realce-se que, nessa mesma conferência de imprensa, o seleccionador argentino elogiou efusivamente ainda outro jogador da selecção sub-17, dizendo que era o novo Maradona. Curiosamente, ambos não passaram de dois valentes falhados. Questiono-me se esse seleccionador não era um grande apreciador do Dani. Quanto à prestação da equipa nesse Mundial, não foi além da fase de grupos, e Burtovoy acabou por nunca chegar à selecção principal da Argentina.


Os anos passaram discretamente. Burtovoy representou alguns emblemas como o Colón ou o Veracruz (México), sempre inglóriamente. As oportunidades começaram por ser escassas e acabaram por ser inexistentes, pois este ex-promissor "portero" não conseguia corresponder às espectativas. Foi corrido para o Belgrano, que procurava a salvação para evitar a descida. Era a oportunidade de José Pablo, poderia agora mostrar que tudo não havia passado de um mal entendido. Como tal... foi para o banco.

Depois de dois anos no Arsenal (não o de Inglaterra), José foi para o Chacarita Juniors onde quase bateu o seu record de presenças na Argentina (um jogo apenas realizou, quatro anos após a última partida).
Actualmente, Burtovoy anda perdido algures no México (no banco, tenho esse palpite).

Outro grande jogador que merece o nosso sincero respeito. Se não fossem jogadores como ele, eu estaria aqui a falar de carros ou de agricultura. Como tal, uma salva e palmas para Burtovoy, o argentino com nome de jugoslavo.

Clap, Clap.

domingo, abril 16, 2006

Robbie Savage


«Cuidado!», eram alertados os jogadores das equipas adversárias. «Vem aí Savage, o Selvagem!».

A meio da época de 70, o Mundo via nascer o galês Robbie Savage, o ceifador de pernas. Durante épocas a fio, ora no Manchester, ora no Crewe, ora no Leicester City, ora no Birmingham e, finalmente, no Blackburn Rovers, Savage colocou carreiras em risco por todo os estádios de Inglaterra (o maior viveiro de cromos em todo o Mundo, excluíndo Portugal). Médio destro raçudo que apenas tinha três tipos de entrada: dura, duríssima, ou Paulinho Santos style. Robbie Savage, tal como o sarrafeiro do FC Porto ou o outro sujeito do SL Benfica, não era mau jogador, antes pelo contrário. Tinha era um defeito: o jeito para Futebol dignamente praticado não abundava. Pernas voavam, jogadores eram substituídos, cartões eram mostrados, mas Robbie continuava a sorrir maldosamente enquanto exibia o seu patético rabo de cavalo.


Savage, que começou por jogar a avançado nas camadas jovens do Man Utd ao lado de Giggs e Beckham, deu os seus primeiros sinais de sarrafeiro no Crewe Alexandra. Saiu em 1997 para o Leicester City (lar de alguns desastrados como Akimbiyi ou Sinclair, sobre os quais falarei mais tarde) e de avançado faltoso passou a médio brutalmente violento (vemos aqui na imagem uma das suas especialidades: as entradas a pés juntos). Conquistou durante 5 anos uma verdadeira adoração dos adeptos da casa e um ódio profundo dos adversários, que se encolhiam para salvar a carreira cada vez que disputavam um lance com Savage. Seguiu-se a selecção Galesa, Birmingham e Blackburn, mas nada mudou, Savage coleccionava cartões e canelas partidas com a mesma devoção.

Porém, a agressividade de Savage não se ficava pelos relvados. Vários foram os casos nas cabines de acesso aos estádios, de canelada passava para sopapo, de cartão vermelho para suspensão, de perna partida para nariz inchado.

E ainda hoje, já o médio carrega os seus trinta e picos anos nas pernas, ainda se ouve falar em Robbie Savage, o sarrafeiro galês. Várias mãos suam e vários corações batem, pedindo a Deus que seja possível terminar o jogo com duas pernas.

Assim foi Savage, o Selvagem.

quinta-feira, abril 13, 2006

Darko Pancev



A imagem que aqui mostro exprime bastante bem o que foi a carreira deste jogador. Darko Pancev tinha tudo para brilhar, mas não conseguiu... ou não lhe apeteceu.

A história desta estrela oriunda da Macedónia, terra da nossa sempre querida Madre Teresa de Calcutá, começou na longínqua época de 1982, quando o desconhecido Vardar Skopje lançou o não menos desconhecido Darko Pancev. Os anos passaram e Pancev começou a dar sinais de se poder vir a tornar um dos melhores avançados da altura, assinando contracto com o Estrela Vermelha de Belgrado. A carreira de Pancev explodiu então! Em 5 anos apenas, Darko fez o gosto ao pé por 84 vezes e venceu uma Liga dos Campeões, mostrando ser um avançado explosivo que apenas necessitava de "meia-oportunidade" para concretizar. Por todo o Mundo o nome de Pancev começava a ser falado. Faltava um avançado à equipa x? A sugestão era óbvia: Darko Pancev!

Esse mesmo "x", como que uma lotaria, calhou ao Inter Milão. Mas, tal como em qualquer lotaria, a probabilidade de ganhar é sempre reduzida. Darko Pancev chegou a Itália apelidado de "avançado mortífero", e a sua mortífera veia foi mesmo demonstrada... a favor da equipa adversária. Pancev mostrava-se apenas um jogador perfeitamente banal, pobre técnicamente e sem qualquer sinal de concretizador. Um autêntico Néné, com a diferença de não marcar golos.

Depois de 11 jogos de imensa inglória Pancev foi emprestado ao VfB Leipzing, e a sua carreira entrou então num ciclo vicioso. Teve a sua oportunidade na Alemanha em 1994... falhou. Tentou o seu regresso à equipa milanesa... falhou. Tentou relançar-se no Fortuna Dusseldorf... falhou. Tranferiu-se para o FC Sion da Suiça... terminou a carreira para não falhar mais.

Por onde passou, Pancev falhou. E logo ele, que tinha tudo para vingar...

sábado, abril 08, 2006

Ibis Sport Clube

Hoje, dia 8 de Abril de 2006, resolvi esclarecer muitas das dúvidas e teorias feitas em torno do líder nesta matéria. Como tal, falo-vos hoje daquele que é verdadeiramente o pior clube do Mundo (podem respirar de alívio, adeptos do Penafiel).


O Ibis Sport Clube, do estado brasileiro de Pernambuco, foi fundado no dia 15 de Novembro de 1938 por um grupo de artesãos especialistas na tecelagem de seda e de algodão, que resolveram juntar-se para realizar alguns jogos de futebol. Quando os trabalhadores fartaram-se de levar valentes tareias, o gerente da empresa de tecelagem resolveu pegar no projecto (que, verdade seja dita, nunca passou muito disso) e inscrevê-lo num campeonato federado. O emblema escolhido é o que temos na imagem (bastante revelador).

Na década de 40, o Ibis sagrou-se campeão Pernambucano por duas vezes, assim como campeão de Juniores em 1948. Um começo nada mau para o que estava para vir, anos mais tarde...

Decorriam os anos 70, marcados pelas bigodaças e penteados idiotas, e o Ibis, depois de uma época menos conseguida, começou a receber alguns insultos trocistas por parte das claques adversárias. Faixas com frases idênticas a «Ibis: O pior clube do Mundo» começavam a ser frequentemente exibidas por parte dos adversários. Afinal, eram "apenas" 9 derrotas consecutivas numa série de 20 e poucos jogos sem vencer. Um verdadeiro Ala-Arriba ou Aljustrelense dos anos 70.


Como não havia maneira de dar a volta por cima, o Ibis acabou por aceitar a brincadeira e admitir que era, de facto, o pior clube do Mundo. Desde então, perder tornou-se um desporto, a verdadeira essência do Futebol. Vários simpatizantes do clube começaram a surgir, inclusivé na Europa, e começavam também a vibrar com as derrotas do Ibis. As vitórias passaram a saber a amargo e a dar direito a lenços brancos e chicotadas psicológicas. Em 64 anos, o Ibis sofreu 3700 golos (57 golos por época) e marcou 120 (não chega a 2 golos por época), tendo como grandes ídolos da massa associativa o avançado Mauro Shampoo (irónicamente cabeleireiro. Um golo apenas marcou em 10 anos) e o guarda-redes Jagunço (uma verdadeira "Jagunça", dado que encaixou 366 golos durante o mesmo período de tempo).

Nunca se esqueçam: Quando o vosso clube estiver numa má fase, lembrem-se sempre que há gente em situações bem piores... a não ser que sejam do Ibis desde pequenos.

Uma ode.

quarta-feira, abril 05, 2006

Ali Dia


Apresento-vos hoje, caros amantes não só do Futebol Espectáculo como também do Futebol Rigorosamente-Nada-A-Ver-Com Espectáculo, o maior fiasco da história do Futebol Internacional. De imediato, como por magia, surge na nossa mente dois pequeninos nomes de 3 letrinhas apenas: Ali Dia.

Greame Souness sempre teve a fama de escocês espertalhão (embora cá em Portugal nunca tenha passado de um palerma). E a sua fama de esperto era tão grande que nunca passou pela cabeça de ninguém que viesse um dia a ser enganado daquela forma. Passo desde já a explicar.


Certo dia, ainda Souness era treinador do poderoso Southampton, o telefone do escocês toca. Do outro lado da linha falava George Weah (esse mito africano!), que vinha aconselhar uma contratação para a equipa inglesa (por incrível que pareça, os ingleses sofrem sempre com isto). O jogador em questão era Ali Dia, antigo jogador do Paris Saint-German e internacional Senegalês por 13 vezes.

O que é certo é que nada disto era verdade. Ali Dia apenas tinha tido uma experiência na Europa no Rotherham United, onde havia fracassado. Mas pior que isso: Greame Souness nunca tinha falado com George Weah por telefone. Quem havia telefonado era, na verdade, o agente do próprio Ali Dia, fazendo-se passar pelo antigo Bola de Ouro de modo a convencer Souness a contratá-lo. A verdade é que Souness não fazia ideia de nada disto, e contratou Ali Dia por um mês.

A estreia de Ali Dia aconteceu em Novembro de 1996 frente ao Leeds United (de Tomas Brolin. Um abraço para ele). O jogo corria mal ao grande cérebro da equipa Le Tissier, e Souness fez o seu sorriso malandro (como se tivesse acabado de afundar mais uma equipa). Lançou então Ali Dia aos 32', mostrando o seu olhar "com este a brilhar temos o jogo ganho!".

Mas Ali Dia não brilhou. Os seus pés eram duas vigas de betão. A sua visão de jogo era míope. A sua velocidade era a de um Jorge Costa. Ali Dia foi substituído aos 53 minutos de jogo e o seu contracto de imediato rescindido, tendo a sua carreira na Premier League durado 21 minutos. O Southampton saiu derrotado nessa noite, obviamente.

Depois de confirmado o fiasco, o jogador ainda tentou a sua sorte no desconhecido Gateshead F.C da Divisão da Conferência, mas nem aí teve sucesso. Quanto a Souness, por mais escandaloso que possa parecer, continuou a ter coragem de sair à rua.

Para sempre Ali Dia, a contratação por telefone.

terça-feira, abril 04, 2006

Florin Raduciou



Já na segunda metade da década de 90, o senhor presidente do Aston Villa apresentava o novo reforço para a squadra da equipa inglesa. O felizardo, até aí desconhecido, era um jovem britânico chamado Florin Raduciou, e a sua contratação, ainda que arriscada, foi como um respirar de alívio de uma equipa que carecia de avançados concretizadores.

Chegou então o dia da sua estreia, e Raduciou, entusiasmadíssimo com a ideia de que poderia ser a salvação da equipa, arranjou a sua gola e sorriu para a fotografia. Porém, mal tocou na bola pela primeira vez, um enorme grito de desilusão fez-se ouvir da bancada. Cedo os adeptos preferiram esquecer o seu sobrenome, e os trocadilhos começaram: Florin era uma verdeira florzinha. Não segurava bolas, não as dominava, não as conseguia conduzir em velocidade, não assistia em condições e, pior que isso, fazia faltas atrás e faltas. Rapidamente ganhou apreço pelos adeptos, obviamente adversários, que tinham assim colmatada uma eventual falta de um destruidor de jogo no plantel.

O registo de Florin naquela noite resumiu-se ao seu nome na ficha de jogo, mas Raduciou ainda conseguiu que as suas qualidades fossem elogiadas pelos adeptos do Aston Villa... quando foi substituído.



Pobre Florin. Escusado será dizer que acabou por ser dispensado. Por onde anda ele agora é impossível descobrir, mas o seu nome e o seu talento jamais serão esquecidos... ou o seu nome apenas.

Tomas Brolin

Inauguramos o Blog com um fulminante caso de (in)sucesso no Mundo da Bola: Tomas Brolin.


Brolin... Brolin... Este nome não é estranho à grande maioria dos adeptos do futebol. Não porque a carreira deste avançado sueco tenha tinho memorável, mas sim porque Brolin é uma mítica personagem do Dragon Ball.

Mas retomando a conversa... Muitos dos que olharem para esta foto ficarão a questionar-se porque está aqui ele. Ao visionarmos a imagem deparamo-nos com um jovem salúbre que veste as cores da congénere Sueca, enquanto transporta de forma exímia o esférico com um subtil toque de classe com a parte exterior do pé. Sim, afinal de contas, que motivos tenho eu para vir para aqui fazer chacota deste grande internacional sueco? Não será, certamente, devido à sua estatura imponente a que os suecos nos acostumaram (pouco mais de um metro e setenta). Também não serão os seus 80 e muitos quilos que fazem dele um dos jogadores mais gordos da história do futebol Europeu. Ou até mesmo os seus míseros 4 golos em mais de 20 jogos envergando a camisola do Leeds United.

Contratado a alguns milhões de libras, cedo se apercebeu da inutilidade de Tomas Brolin em campo. Num certo jogo, o público do clube inglês deparou-se com um sujeito gordo a correr desenfreadamente área adentro, transportando bola com uma velocidade digna de um raciocínio de um Carlos Carvalhas e aplicando o seu explêndido remate com a potência de um Michael Jackson na cama, cuja trajectória viria a ser desviada por um defesa na direcção da feia e gorda cara de Brolin, que introduziu assim a bola na baliza. Perante tamanha caga, os adeptos do Leeds United não souberam se deviam festejar, mas com uma certeza ficaram: O jogador iria acabar por ser dispensado para o Crystal Palace das divisões inferiores. E acabou por ser mesmo. Mas aí, felizmente, apercebeu-se finalmente que aquela vida não era para ele. Não se dedicou à pesca, mas esteve lá quase:



Os anos passaram, mas a dúvida dos adeptos do Leeds United manteve-se: Recordar o nome "Brolin" como jogador ou como personagem do Dragon Ball?

Ficará eternamente a incerteza.

domingo, abril 02, 2006

Começo

Saudações Futebolísticas!

Este Blog foi criado com o intuito de prosseguir a saga Futequê? presente num certo Blog (e mau, por sinal). No fundo, o objectivo passa por dar a conhecer ao mundo Blogueiro os maiores falhados do Futebol Internacional, assim como clubes e até árbitros.

Porque os falhados também merecem destaque.